APRESENTAÇÃO
Um
sistema de aterramento elétrico é dividido em dois tipos, o aterramento de
proteção e o funcional.
O
aterramento de proteção, tem como objetivo efetuar a segurança dos
equipamentos, principalmente os eletrônicos, e para as pessoas, induzindo a
corrente elétrica, no caso de uma avaria na instalação ou em um equipamento ou
mesmo na queda de um relâmpago na rede elétrica, para o solo.
O aterramento
funcional, é utilizado como meio de energia elétrica, disponível para
alimentação da instalação.
Este tipo de aterramento é composto pelo cabo
de neutro, que trabalha juntamente com uma fase.
FATORES DE SEGURANÇA
Aterramento de
proteção
A falta de isolação, de cabos energizados à carcaça
metálicas, de componentes e ou equipamentos, pode causar choques elétricos nas
pessoas.
O uso da pulseira de aterramento, diminui expressivamente
o acúmulo de cargas estáticas nos corpos, evitando choques elétricos ou danos
nos equipamentos e ou componentes.
O sistema de para raios, desvia a descarga atmosféricas para o solo,
evitando danos aos seres humanos e aos equipamentos.
Aterramento funcional
Proporciona uma dada diferença de potencial entre o cabo fase e o chamado
cabo neutro, que está aterrado.
Estes fatores ilustram os dois sistemas, distintos em seus objetivos.
Onde o aterramento de proteção, trabalha na área da segurança e somente haverá
uma corrente circulando no momento de uma irregularidade ou falta elétrica.
No aterramento funcional, como o próprio nome diz, tem como função proporcionar
uma diferença de potencial, para efetuar uma dada alimentação elétrica.
TIPOS DE SISTEMAS DE ATERRAMENTO
É importante diferenciar entre sistema de aterramento, que é o sistema
físico e aterramento do sistema, que é a forma como o sistema elétrico é
conectado ao solo.
Sistema isolado
Não existe conexão ao solo.
Sistema aterrado
Existe conexão ao solo.
Sistema
por impedância
Exixte uma dada impedância entre o sistema elétrico e o solo.
Resistividade do solo
Podemos citar:
Ressitividade
P = (
R x A ) / L Ω.m
Resistência
R = ( p x
A ) / L Ω
De modo geral, o solo é um mau
condutor de corrente elétrica. Ele possui um grande valor de resistividade.
A seguir, a tabela de tipo de solo em
relação à resistividade.
A quantidade de água no solo é inversamente proporcional à sua
resistividade.
Isto quer dizer que quanto mais úmido for o solo, menor vai ser a sua
resistividade.
Caso a concentração de sais dissolvidos na água for muito baixa ou mesmo
se estiver congelada, a resistividade alcança valores altos.
A tabela a seguir, ilustra a relação sais e resistividade.
Também, é interessante salientar em que no solo mais compacto, a
resistividade tem seu valor menor, favorecendo a condução da corrente elétrica.
Em solos formados por grãos, influenciam no valor da resistividade. Onde,
quando há na sua maioria, grãos de grande porte, existe uma tendência do
aumento da resistividade.
Porém em um solo com grãos de diversos tamanhos (grandes e pequenos), o
valor da resistividade tende a diminuir, devido aos grãos de pequeno porte
ocuparem os espaços, antes vazios, entre os grãos grandes.
Por outro lado, devemos entender que tanto para temperaturas altas como
baixas, influenciam diretamente no aumento da resistividade do solo.
A seguir, tabela da temperatura versus resistividade do
solo.
Independente da quantidade de água no solo, sabemos que o
mesmo é formado por várias camadas.
Isto implica que as camadas mais externas, são as que
apresentam uma maior resistividade.
Portanto, o comprimento da haste de aterramento tem grande
influência no valor da resistência de aterramento.
Porém, há um limite para o comprimento da haste, pois como
as partes mais externas apresentam um valor maior de resistividade, sendo o
inverso para as camadas mais internas, no entanto, a partir de um dado
comprimento, o valor da resistividade vai apresentar uma mudança muito pequena
no seu valor.
Na ilustração acima, temos ih, corrente circulando por uma
pessoa e ip sendo a corrente elétrica fluindo pela haste de aterramento de
proteção, com uma resistência de 20R.
Observando-se este exemplo, onde a resistência do corpo de
uma pessoa está com 1KR e a resistência de aterramento com 20R, obtêm-se uma
corrente elétrica de choque na ordem de 127 mA, podendo causar um desconforto.
De acordo com estes dados, devemos dar a devida
importância a duas proteções que devem estarem instaladas, além do aterramento.
O DR (diferencial
residual) e o DPS (dispositivo de proteção contra surtos), que devem ser
incorporados ao quadro de distribuição.
Sendo o DR com uma limitação de 30 mA para uso de cargas
resistivas e de 300 mA para cargas reativas.
Em relação ao DPS, para o território nacional, ter uma capacidade de 20 KA com 40 KA de pico.
DPS (dispositivo de proteção contra surtos)
Com estes dois elementos integrados ao sistema de aterramento, haverá uma
eficácia maior de proteção, tanto ao ser humano, como para os equipamentos
eletroeletrônicos.
No que diz respeito ao valor máximo de resistência de aterramento, é
conveniente ser menor que 20R.
Para se obter um valor de resistência de aterramento adequado, pode-se
aumentar o número de hastes instaladas.
Este processo tem suas limitações, pois a partir de um dado número de
hastes, o valor de resistência de aterramento tem pouca variação, não havendo
vantagem na instalação de mais hastes. O valor máximo de hastes é experimental,
pois depende do tipo de solo existente.
Outro aspecto que deve-se ter cuidado, é no distanciamento adequado (no
mínimo uma distância de um comprimento da haste), para não causar uma
influência entre as mesmas, devido ao campo de dispersão.
Fonte – FAW7
Para diminuir o valor da resistência de aterramento, também pode-se aumentar o comprimento da haste, efetuando emendas entre hastes.
É um método eficaz, mas também apresenta um limite de profundidade, onde deve-se utiliza-lo até que a variação do valor da resistência seja expressiva.
Como curiosidade, a seção do eletrodo (haste) não tem influência
significativa na variação da resistência de aterramento.
Fonte –
IFELL
Outra técnica eficaz é o emprego do sal (cloreto de sódio). Este método
tem como efeito colateral, do sal atacar a haste, deteriorando a mesma.
Deve-se tomar cuidado para que o mesmo (sal) não esteja em contato direto
com a haste. Portanto, utiliza-se o carvão, efetuando este acoplamento.
Também, pode-se utilizar uma camada de concreto na haste, para a sua
proteção, já que o concreto tem a propriedade de condutor elétrico.
Ilustração
experimental
A condutividade elétrica está ligada diretamente a umidade do ambiente ou
do corpo que a conduz. Portanto, quanto mais úmido estiver o solo melhor.
É comum, para manter o solo úmido na área da haste, o uso da argila na
sua instalação.
Tipos de
terrômetros
Terrômetro
de três pontas
Fonte -
Leonardo Energy Brasil
Este tipo de equipamento além de determinar o valor da resistência de
aterramento, define se a haste está na zona de patamar ou de influência.
A Norma Brasileira ABNT NBR 15749, orienta a medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento.
Alicate
terrômetro
Este tipo de equipamento necessita de pelo menos duas hastes
interligadas, pois ele injeta um componente senoidal ao sistema, por meio de
indução.
Circuito
equivalente terrômetro alicate
A sua frequência de trabalho é da ordem de 1.500 Hz, onde um captador
(receptor) mede o sinal resultante, sendo este proporcional ao valor da
resistência de aterramento.
Portanto, um sistema de aterramento, seja de proteção ou funcional, depende
de vários pontos, tais como as características do solo, as condições elétricas
entre o cabo e a haste e a constante manutenção da instalação.
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